segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Música Israelense



Israel é um dos mais dinâmicos centros de atividade musical do mundo, com uma produção diversificada no campo clássico, graças ao talento dos compositores e aos milhares de músicos profissionais, e uma música popular dinâmica e singular, conseqüência de sua sociedade de imigrantes.

Música Clássica
A música passou a ocupar um lugar importante na vida cultural da comunidade judaica da Palestina (Terra de Israel) após a 1ª Guerra Mundial. Amadores entusiastas e um pequeno quadro de músicos experientes fizeram várias tentativas de formar uma orquestra sinfônica, um coral e até mesmo uma companhia de ópera. Em nível profissional, contudo, a música só veio a se tornar uma atividade importante na década de 30, quando centenas de professores e estudantes de música, compositores, instrumentistas e cantores, bem como milhares de amantes da música, afluíram ao país, fugindo à ameaça do nazismo na Europa.
A Orquestra Filarmônica da Palestina (hoje a Orquestra Filarmônica de Israel), foi fundada por iniciativa do violinista Bronislaw Huberman, nascido na Polônia. Seu primeiro concerto foi apresentado em 1936, em Tel Aviv, sob a batuta de Arturo Toscanini, e ela tornou-se imediatamente um dos pontos altos da vida musical do país. Com o passar dos anos, a Filarmônica adquiriu a reputação de uma das melhores orquestras de todo o mundo. Pouco depois, era criada uma orquestra radiofônica (hoje a Orquestra Sinfônica de Jerusalém), cujos concertos radiodifundidos atraíam dezenas de milhares de ouvintes.
Outros conjuntos musicais foram fundados posteriormente, como a Orquestra de Câmara de Israel, a Sinfonieta de Beer Sheva e orquestras sediadas em Haifa, Natânia, Holon, Ramat Gan e Rishon Letzion.
No final da década de 80, a Nova Ópera de Israel iniciou a montagem de produções de alto nível profissional, renovando o entusiasmo do público pelo gênero, que havia declinado após a dissolução da primeira companhia permanente de ópera, alguns anos antes.
Durante a década de 90, a vida musical de Israel passou por uma transformação, com a chegada de mais de 700.000 imigrantes provenientes da antiga União Soviética. Entre estes imigrantes havia inúmeros músicos profissionais, como instrumentistas, cantores, professores de música, cujo impacto pode ser sentido com a criação de novas orquestras sinfônicas e de câmara, assim como de pequenos conjuntos, e também pela dinâmica injeção de talento e vitalidade musical nas escolas, conservatórios e centros comunitários por todo o país.
A tradição da música de câmara, também iniciada no país nos anos 30, é patente nos vários grupos e coros, alguns com renome mundial, cuja variedade se ampliou após a imigração da década de 90. Entre os principais grupos citam-se a Orquestra de Câmara de Israel, cujos membros vivem em kibutzim espalhados por todo o país, a Camerata de Rechovot, a orquestra de câmara das Forças de Defesa de Israel e a Camerata Kashtaniot de Ramat Hasharon. Muitas cidades grandes e pequenas mantêm seu grupos corais, e vários festivais são dedicados à música coral, entre os quais a Liturgica em Jerusalém, o de música vocal nas igrejas de Abu Gosh e o festival Zimriá.
Espetáculos musicais, desde recitais a concertos sinfônicos, apresentando uma ampla variedade de obras clássicas, são realizados tanto em locais históricos, como os anfiteatros romanos restaurados de Cesaréia e Beit Shean como nas duas principais salas de concerto, o Auditório Mann, em Tel Aviv e o Centro Internacional de Convenções, em Jerusalém. Outros locais incluem o complexo teatral de Jerusalém, o novo Centro de Artes Dramáticas e Musicais de Tel Aviv, os museus Israel e de Tel Aviv, assim como centros culturais em pequenas cidades e kibutzim por todo o país. Os aficcionados de concertos em Israel sabem demonstrar seu entusiasmo, qualidade muito apreciada pelos solistas israelenses de reputação mundial, como Pinchas Zuckerman, Shlomo Mintz, Daniel Barenboim e Itzhak Perelman, que se apresentam anualmente no país.
Entre os vários eventos musicais de importância mundial realizados em Israel citam-se o Concurso Internacional de Harpa e o Concurso de Piano Artur Rubinstein. Festivais locais como o do Kibutz Ein Guev e o de Música de Câmara do Kibutz Kfar Blum atraem audiências entusiastas; e o Festival de Israel, com espetáculos de música, teatro e dança, apresentados por grupos de todo o mundo, transforma Jerusalém num centro de atração cultural durante três semanas, toda primavera.
A criação de música especificamente israelense data do início da composição a nível profissional no país, nos meados da década de 40. Ainda que as tradições russa e francesa, o romantismo e pós-romantismo alemão e a influência dos compositores europeus mais recentes tenham deixado sua marca na composição musical, uma nova expressão israelense, denominada "o estilo mediterrâneo", que integra melodias orientais tradicionais e a cantilena da prece antiga, vem gradualmente se cristalizando.
A primeira geração de compositores israelenses, todos nascidos na Europa, esforçou-se por inventar uma nova linguagem musical, após sua imigração ao país. Paul Ben-Chaim utilizava tonalidades expandidas para criar um estilo pós-expressionista, fundindo o velho e o novo, oriente e ocidente; Oedon Partos considerava a assimilação do folclore autêntico um importante método de composição; Alexander Uriah Boscovitch usava formas de expressão popular.
A educação e a pesquisa musicais, em instituições de ensino superior, foram iniciadas no início dos anos 60, quando foi criada a cadeira Artur Rubinstein de musicologia na Universidade Hebraica de Jerusalém. Desde então, foram criados departamentos de musicologia nas universidades de Tel Aviv e Bar Ilan. Há duas principais áreas de especialização: música judaica ou dos diversos grupos étnicos de Israel, com ênfase particular na música das comunidades orientais/sefaraditas.

Os primeiros pioneiros trouxeram suas canções, traduzindo as letras originais para o hebraico ou adaptando novas letras em hebraico às melodias conhecidas. Desde então, foram escritas milhares de canções, cujas melodias incorporam elementos e estilos musicais trazidos por levas consecutivas de imigrantes, variando desde a música tradicional árabe e iemenita até o rock e o pop modernos; as letras podem ser textos bíblicos ou tradicionais, ou versos modernos de poetas e letristas israelenses.
Embora seja difícil definir o que é uma canção hebraica típica, os israelenses sabem a diferença entre uma canção escrita em hebraico, sobre temas variados e em vários estilos e a chamada Shir Ivri ("canção hebraica"), cuja letra reflete as vozes, valores e estados de espírito do país, e cujas melodias têm forte influência eslava.


Estas músicas, que acompanham os principais acontecimentos históricos da vida nacional judaica durante o último século, registram os sonhos, dores e esperanças da nação. Embora expressando sentimentos universais, como todas as canções populares, elas manifestam também fortes sentimentos israelenses, como o amor pelo país e por suas paisagens. São canções que todos conhecem, que se tornaram uma parte integrante do legado cultural nacional.
Os israelenses adoram cantar suas canções, desde as mais antigas, do período anterior ao estabelecimento do estado, até as recém-compostas. O canto coletivo é um costume popular, que ocorre em salas de concerto, nos lares, nos refeitórios dos kibutzim e em centros comunitários, nas caminhadas e em torno da fogueira, muitas vezes sob a orientação de um cantor profissional, acompanhado por piano, acordeão ou violão. A participação em grupos como esses transmite um sentimento de coesão, evoca sentimentos patrióticos e a nostalgia dos tempos pioneiros e da luta pela independência; lembranças das guerras vencidas e dos amigos perdidos, trazendo de volta momentos de esperança e amor.

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